domingo, 28 de fevereiro de 2010

A NATUREZA HUMANA

A NATUREZA HUMANA

Maria Dorinha,
28/02/2010, às 12h00min.




Como é engraçada a natureza humana.


Fria, como espada na alma.

Não se faz diferença verter em sangue

como verter em água.

Tudo é naturalmente não natural...

Engraçada a frágil natureza humana.

Animalesca, um tanto abestalhada!

Perde-se quando se chega,

e não se encontra quando se busca...

Sofre de vazio,

e quando preenche,

ela encharca e afoga.

Tudo é tão signatário!

Hã, uma eterna solitária de si mesma...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Novelo de lã,


sem término para desfiar.


Puxa o início e não terá fim...


O fio do labirinto do Minotauro.


Mostra a saída,


desfia e enrola...


Sou o fio de lã


que ora tece o agasalho


ora aquieta em um canto escuro.


Explodo tal como a ilha de Cretas.


Incendeio e em brasa lhe queimo,


em fumaça lhe sufoco,


na mais desfeita e perfeita perdição...



Maria Dorinha,
24/02/2010 às 05h00minh.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

VENDO SAUDADE

VENDO SAUDADE

Maria Dorinha,
21/02/2010,
às 11h00minh

Vendo saudade

E de brinde vai uma pitada

De uma oração para

Desatar nó

E abrir caminho.

É uma saudade infinita

De fazer inveja a qualquer deportado político.

Está embrulhada em papel de seda,

Multicolorido de emoção,

Com laço de fita vermelha para

Proteger do mau olhado.

Só tem um defeito

De não proliferar,

A evasão foi tamanha,

Que está por derramar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

TRISTEZA

Tristeza

Maria Dorinha,
16/02/10,
às 13h00minh.


Quando a tristeza chega,

sinto-me esvaecida.

Um bem perdido.

O todo incomoda

O som geme

A palavra se cala

E até o respirar agride

e o nada consola.

O dia escurece

os pássaros se agitam

os jardins secam.

Talvez, o sono transmuta

e o pensar é simples quimera...


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PARTINDO...

PARTINDO...

Maria Dorinha,
03/02/10, às 21h00minh
.




I


A alma caminha pelos bosques de eucaliptos,

atravessa entre os jardins de jasmins e os pomares de maças.

Está partindo.

Fica! Caso tu tens vontade...

A alma corre,

mas o corpo é lento, quase morre...

Conheceste ao toque do orbe

e ao hino da harpa celeste

e saciaste do amor.

Fica!...

Os olhos tristes, por que diriges a luz e a chama do céu?

Sente o aroma das maças,

do perfume que exala do teu corpo!

Não és betume,

És fogo que dá liga ao metal...

Óleo límpido que ungiste o amor.

Fica!

Não vai embora...



II



Sofreste com a secura da paixão

e agora que provaste o doce sabor do mel

fica!

Não vai embora...

Sofreste em excesso carregando as dores,

os trapos e a fome.

Agora que degustaste o amor

e o saber divino foi-te revelado

Fica!

Não vai embora...

O porquê tu andas abatida, choras?

Mas, caso tu desejas partir,


nenhum vento te impedirás de ir ao encontro do vazio.

Mas fica!

Talvez, tu morrerás...

Crava-se sob ti mesma!

Lava as mãos e o rosto no rio límpido,

e retorna para aprisioná-la em teu coração...

Escuta a flauta! Tudo é imaginário.


O lamento do som sobrevive à dor do passado.

A música é o bálsamo para a tua alma.

Canta ao sabor do vinho

e embriaga tua alma.

Fica!

Não vai embora...



III



Por que se deténs em circulo?

O amor está à cima dos anjos.

Não te prendas ao buraco que cavaste

para enterrar o teu corpo.

Já estiveste nesse lugar

onde Deus nunca esteve.

Por que a glória do amor não é encurvar.

Retorna-te, estas à cima da esfera celeste.

A voz do amor te chama,

é mais suave que os cânticos dos anjos.

A pura substância.

Suba, pois a sorte não te faltará

e a caravana do amor não há dualidade,

é o caminhar em busca da ascensão.

Volta ao teu coração.

E cerzirás os teus pedaços...

Fica!

Não vai embora...