quinta-feira, 29 de julho de 2010

INCÓLUME AMOR...

INCÓLUME AMOR...
Maria Dorinha, 29/07/2010,
às 20h00minh.


Enfastiaste ou não conseguiste ouvir

o coração que solve a musculatura lânguida

de tanto reverenciar- te o amor. -Perdoai-me por te amar...

Quantos versos em dez mil palavras tocarão a tua alma?

Quantas verdades, que as desbotaram em um tempo pálido.

Por simbiose tingiu os poros da cor da tua própria pele.

Coisa preciosa esqueceu-se que te furtaram-se a jóia?

-Tempo implacável, toma-te a porção mulher!

Roupas se despem e se reviram,

se descobrem e se mostram de alma em gozo.

Quantos híbridos sentimentos suportarão esse vazio incólume.

-Enquanto tudo é medido, somado, passa-te a se subtrair...

Quantas vertentes de água, banha e recria uma imagem plácida de rainha,

que te solve e te queima o único lençol de seda.

Quanta espera do mensageiro,

cuja tranca lacrou a última mensagem

que clama pelo teu amor...

domingo, 25 de julho de 2010

Há todos os sentimentos

no amor de ti amar.

Nobreza, paixão

vigor, pureza,

clareza, sedução.

Amor imensidão.

Amor... Simplesmente...

Em uma única maneira de te amar.

Maria Dorinha,
25/07/2010.

domingo, 18 de julho de 2010

O FRIO

O FRIO

Maria Dorinha
17/07/2010.

O frio penetra nos ossos,

rasga a carne,

esfria o sangue,

e congela o coração.

Talvez não seja tão pétreo.

Abraça-se, assustadamente,

aquele que duvida de tudo:

da alma, do sonho e da vida.

Só ainda não dúvida do calor
que se funde no agora...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DESPEDIDAS

DESPEDIDAS
Maria Dorinha,
05/07/2010, às 06:00h.






O sol mal se põe no horizonte e olho as coisas em volta




como se fossem fantasmas no presente;




alguns com singularidade fingem continuar matéria




e fixam-se em um poema mal interpretado




num tempo que se vagou o amor.




-Sensação de cansaço me abate...




Reviro o baú empoeirado:




- quantas quinquilharias que enfeitaram os carnavais!




E olho a foto desfigurada, talvez seja o foco ou




o próprio coração a desfigurou...




Um canário canta com suavidade em minha janela




e me viro e vejo pelo meu avesso num grande espelho:




-Imagens tão íntimas, tão cúmplices...




Daqui a pouco chegam às estrelas




onde habita a melancolia...




Nada mais me pertence,




todas as coisas são gratuitas, pueris




que se transformam em uma certa magia,




feito fogos de artifício,




que reluzem no ano que se acabou...




-Começo a desprender de mim mesma




onde nada sobrou...

domingo, 4 de julho de 2010

O QUE REVELA O FUTURO?

O que revela o futuro?
Maria Dorinha,
04/07/2010, às 12h00minh.



O que revela o futuro?


Um príncipe, um filósofo,

um médico de corpo

ou um poeta de alma.

O que revela o errante?

O amor pungente,

de tamanha fartura,

enfastiou em miséria.

O que revela o amor destronado?

de tamanha aridez,

perdeu e me fez livre.

O que revela a mente em silêncio?

Uma realidade sutil,

verdadeira e etérea,

como tudo que se solta e voa.

O que revela o coração?

intranquilo e afável,

criança sorridente

que brinca com o tempo,

feito bolha de sabão,

assopra, arrebenta

num mundo colorido

e transparente de emoção.

O que revela minha’lma?

Plácida e pura

com os seus solstícios imponentes,

beleza de relicário.

O que revela a natureza em casulo?

A borboleta que se desabrocha,

bela como as fadas,

que brilham nos sonhos encantados

da eterna magia dos enamorados...

SENTIMENTO

SENTIMENTO

Há um sentimento que paira no ar,
e não me deixa respirar.
Há um sentimento
que está congelado,
sem oxigênio, sem ventilação
por uma incompreensão.
Há um sentimento incólume,
que ficará suspenso,
sem cor, sem vibração...

Maria Dorinha,
04/07/2010,
às 11h00minh.