segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A vida me ensina a dar boas gargalhadas
com que outrora me causava tristezas.
Talvez o sentido da vida seja que mudou.
Nada me persegue e nada persigo...
Cada passo é um leque infinito de expressão.
Desperta para o amor caminho.
O que me vem do mundo é acréscimo e sabedoria.
Nada quero e nada me destina.
Se me derem enfeites de palavras, faço delas uma canção ao léu.
Se me desafiam, jogo as armas e canto ciranda.
Tudo é incerto, como a minha própria vida.
Quantos anos eu viverei?
Um ano, dois ou talvez um dia a quem se destine.
Por que hei de lutar se a vida está por um fio da fina lâmina de prata?
Saudade deste mundo eu levarei? Talvez não.
Por que tudo é tão signatário, que me deixa plácida e embotada.
O que tenho e o que levarei é algo que destrona, dilacera e vivifica: Algo que o chamam de amor.

Maria Dorinha,
15/11/2010, às 15h00min

A Miopia do Mundo

A miopia do mundo
Maria Dorinha,
15/11/2010

Quantos graus são necessários
os óculos de um cego de visão da vida?
Estão todos cegos, algo perturbador.
Visão de um espelho opaco.
Cegos de carência de se enxergar.
A cor é cinza.
A natureza morta.
A vida é sonâmbula...
Cegos de pupilas que se vertem o brilho do amar.
Tapados como bestas,
açoitados para prosseguir um caminhar...
Cegos que não sentem nem os tatos,
cegos de si, de sentir...