quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A promessa de um início de ano: brindar a vida.
Festejá-la com orquestra e sinfonias
em consonância com as notas do Cosmos,
que convida, permanentemente, para dançar
junto com as estrelas
e brincar com as esferas universais...
E sentir-se à magia de viver neste planeta,
de encantar e debruçar
numa arte sensível que se chama vida...

Maria Dorinha,
30/12/2010, às 19h30min.

“Há em mim uma dor, um amor.
Uma saudade do que não se passou...
Uma brandura que me escapa,
Um animal que cuspe fogo em labareda.
Há um corpo que se queima em gotas condensadas,
onde o amor se escorreu em suor, lágrimas
e evaporou-se em trocadilhos
de qualquer espécie, mas sem essência...”

Maria Dorinha,
30/12/2010.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

FIM DE ANO

FIM DE ANO

Maria Dorinha,
28/12/2010, às 09h30min

Um ano se foi.

O que levo na bagagem?

Um novo estatuto de efemeridade

como tudo que se encanta à vida.

Uma dança mal compassada,
ou a vertigem de um rodar em plena miragem.

Um sentimento que emana saudade,

ou uma felicidade que só se tem na pura liberdade do espírito.

Um brinde onde o gole já queimou qualquer gosto pela vida,

ou um brindar em um eterno admirar pela magia do perene,

que se instalou para além da eternidade.

Um amor que se diz passado,

ou um amor que nunca se cansa

e não se mede o tempo de longa jornada de espera...

A alegria de um prato recheado,

ou um jejum pela prece de alguém

que há muito veio para salvar a humanidade de uma
grande peste desamorosa...

Um vestido belo com a cor de carmim

ou uma nudez plácida entrelaçada.

O que se espera de um novo ano?

O que trago do passado para o futuro,

é a certeza que não me engana:

-são as contas parceladas do cartão de crédito...

sábado, 25 de dezembro de 2010

Quando descobri o amor

Quando descobri o amor,

passei a brincar com as esferas celestes.

A contemplar a árvore em suas raízes mais profundas.

E a perceber que o rio de água turva tem seus encantos

na profundeza de seu percurso livre.

O ar passou a me preencher os pulmões
com maior gravidade e pressão.

E, assim, descobri a vida em mim mesma
e ao meu exterior

com os seus mistérios e encantos...


Maria Dorinha,
24/12/2010 às 10h00min.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

-O amor é divino!

E o porquê da indumentária?

O amor é amor...

Sem (des)classificação, explicação e devaneio.

É algo que se sente e vibra no coração.

-O amor é a magia dos gênios de alma livre...


Maria Dorinha,
23/12/2010, às 20h00min.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O AMOR

O AMOR

Maria Dorinha,
13/12/2010,
às 1h:00min.


O amor quando se apresenta,

só sabe desviar,

por não saber bem o que o trairá,

mas, sabe muito bem,

que não se deve entregar...

O amor é tão covarde,

embora tenta disfarçar.

O que fala não sente,

o que cala está doente

e não sabe se declarar...

O que verbaliza é a mente

de um coração pobre e doente,

que não se quer remediar...

Ah, o amor não se disfarça

nem num tantinho de olhar.

O amor é um ser vulcânico

Por que tépido não é amar...

domingo, 12 de dezembro de 2010

O assopro do amor

O assopro do amor.
Talvez seja um espanto
que verte na alma
um contentamento que plasma...
Ou um som mudo,
no ouvido surdo do cotidiano
de falas apressadas.
Ou os gestos delicados como carícia em flores,
em um tempo que há urgência,
onde tudo se faz no açoite...

Maria Dorinha,
12/12/2010 às 15h00min

domingo, 28 de novembro de 2010

INSÔNIA


Nas horas sem sono
Faço poemas.
Onde a mente delira
O corpo se agita.
A alma excita
E o coração desfalece...
maria dorinha,
29/11/2010
É fácil calar quando o que se quer é gritar
É fácil dizer não quando o que se quer é o sim.
É fácil desistir quando o que não se quer é lutar.
É fácil viver quando o que se quer é conviver.
É fácil olhar quando o que se quer é enxergar.
É fácil ouvir quando o que se quer é escutar.
É fácil acenar quando o que se quer é abraçar.
É fácil odiar a vida, repugnar-se
quando o que se quer é aconchegar-se...
É fácil construir barreiras quando o que se quer é abrir a porteira.
É fácil dá um soco quando o que se quer é acariciar.
É fácil deduzir a vida como número em matemática
quando o que se quer é fluir como éter.
É fácil usar capuz quando o que se quer é um chapéu de abas grandes.
É fácil fechar a mão quando o que se quer é sentir o calor amigo.
É fácil desconhecer quando o que se quer é aproximação.
É fácil julgar o amor como substantivo
quando o que se quer é tornar-se o adjetivo
em seu significado da ação do verbo amar...

Maria Dorinha,
28/11/2010
Ainda dá para sonhar,
que o amor vai chegar
e ao entrelaçar,
o dia não vai terminar...
E amar sem se dá conta que o dia amanheceu
ou que a noite chegou.
Ainda dá tempo de pegar o trem,
de brincar de faz de conta
numa eterna ciranda,
onde o amor é uma espera

para se brindar...

Maria Dorinha, 28/11/2010

domingo, 21 de novembro de 2010

A Mística de um amado...

A mística de um amado...
Maria Dorinha,
21/11/2010, às 11h00minh


Disponho à vida, caminho ao léu
rondo a cidade através do luar
onde o teu semblante me confunde
e se funde entre as sombras que se tropeçam em algum altar...
Quanta saudade de aurora!
Sou poetisa e tudo em mim transborda em emoção.
Re-ativa com o mundo. Onde blasfemo, por que demoras a me acalentar?
Meu senhor, guerreiro da vida me protege da dor.
Meu protetor que me guarda da ação e do veneno
não me deixe perecer tanto tempo sem te encontrar.
Amado, busco a ti em horas aflitas do meu existir.
Encontro-te em um ponto de luz, mas é o reluzir da minha própria alma
que se fundiu com o meu amar...
Amado passeio em passos lentos numa difícil arte de te inventar,
Fotografo mil paisagens onde tento captar a essência da sua alma.
Peço aos céus para calar a minha voz,
que grita interiormente pelo teu nome
como prece primeira em hebraico
que nem os místicos souberam interpretar...
Amado meu ventre pede pelo teu filho,
tanto tempo se perdeu no tempo.
Que de tamanha aridez
jogou-se no mundo para te procurar...
Hã, amado preciso da tua luz,
do teu consolo nesta dura hora de me aportar
nesta terra escura, onde a bluma e a única certeza
que me faz voltar...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sou simplesmente uma cigana.
Cigana que em mim ultraja e ultrapassa
a força do mandarim e o cortejo de núpcias com o seu amado.
Riso solto e boca de carmim, que em perfume inebriante
pasma a vida de amor em qualquer cadência...
Cigana que me reinventa em outra vida,
de paixão e veemência,
onde a mão é apenas um rabisco
que solve o destino implacável,
desafiando com a maior inocência
o perigo da mais pura e doce existência...

Maria Dorinha,
16/11/2010, às 04h00min

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A vida me ensina a dar boas gargalhadas
com que outrora me causava tristezas.
Talvez o sentido da vida seja que mudou.
Nada me persegue e nada persigo...
Cada passo é um leque infinito de expressão.
Desperta para o amor caminho.
O que me vem do mundo é acréscimo e sabedoria.
Nada quero e nada me destina.
Se me derem enfeites de palavras, faço delas uma canção ao léu.
Se me desafiam, jogo as armas e canto ciranda.
Tudo é incerto, como a minha própria vida.
Quantos anos eu viverei?
Um ano, dois ou talvez um dia a quem se destine.
Por que hei de lutar se a vida está por um fio da fina lâmina de prata?
Saudade deste mundo eu levarei? Talvez não.
Por que tudo é tão signatário, que me deixa plácida e embotada.
O que tenho e o que levarei é algo que destrona, dilacera e vivifica: Algo que o chamam de amor.

Maria Dorinha,
15/11/2010, às 15h00min

A Miopia do Mundo

A miopia do mundo
Maria Dorinha,
15/11/2010

Quantos graus são necessários
os óculos de um cego de visão da vida?
Estão todos cegos, algo perturbador.
Visão de um espelho opaco.
Cegos de carência de se enxergar.
A cor é cinza.
A natureza morta.
A vida é sonâmbula...
Cegos de pupilas que se vertem o brilho do amar.
Tapados como bestas,
açoitados para prosseguir um caminhar...
Cegos que não sentem nem os tatos,
cegos de si, de sentir...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A vida me leva a transpor entre os precipícios.
O que mais tenho medo é de altura...
O vento açoita o meu corpo frágil
e cambaleante caminho na corda da vida
tropeçando pelo umbral da existência...
Enjôo e vertiginosamente me abalo,
nem a paisagem do alto, para alguém parece um tanto bucólica,
sustenta-me os passos...

Maria Dorinha,
04/11/2010

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Deixa navegar nesses olhos verdes,
esquecer dos pesadelos da terra firme,
e viver no doce balanço do fluxo e influxo do mar...
Deixa ser um barco a nau,
guiada pela correnteza do brilho do olhar,
que me torna uma deusa das águas
coroada pelo luar.
Fluida na arte de amar...

Maria Dorinha,
29/10/2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EMOÇÃO

Emoção
Maria Dorinha,
25/10/2010.

Emoção
Ventania
Violação...

Emoção
Trocadilho
Coração...

Emoção
Infiel
Amante
Da razão...

Emoção
Libertina
Paixão...

Emoção
Sem medida
Sedução...

sábado, 23 de outubro de 2010

Tenho ânsia da vida,
naturalmente sou a natureza viva,
Ora como a brisa morna dos trópicos
ora um furação em alto mar.
Ensejo o desejo...
Que me importa o desterro?
O meu corpo plácido em espelho
adorna-se em contorno puro de cor púrpura.
Hã os desejos, por que hei de cobrir-lhes
com o fino trato de organza?
Cansada de ser um não – ser,
Cujo o tempo de existência me engana...
Porque hei de ser mansa, se em mim
tudo ruge e brama?
Por que hei de desejar em penumbra
o que quero é a brasa
que marca minha pela alva e calma...
Por que devo fechar em pandora,
se o meu relicário é minha alma
sobretudo é o corpo que a emana
e ama...

Maria Dorinha, 23/10/2010

DEIXA...

Deixa...

Deixa brincar de sentido,
e viver um tiquinho
ao revisitar uma casa assombrada
que persegue ao chegar na escada,
e não aconchega na sala de estar...
Deixa brincar como criança,
onde a existência não demoliu o sonho,
e pula de ser feliz ao pequeno cantar da cigarra...
Deixa viver nesta arte,
de amar sem guarita,
mesmo com as bombas explosivas;
Mas, deixa fingir a chegada, mas nunca a partida...

Maria Dorinha
23/10/2010.

domingo, 17 de outubro de 2010

Domingo enfastiado dia,
de preguiça, de mesmice...
Hã, também é de saudade,
de um Ser que como estrela
ascende-se à mim
e vivifico numa eterna magia
do encontro, da partida.
Onde o tempo, quem saberá o ponto?
-E que seja o meu contraponto!
Onde cada dia é uma miragem,
a cor uma paisagem.
Igual um diamante cuja beleza em brilho reluzente
ornamenta meu deleite de mulher...
Maria Dorinha, 12:00h.
17/10/2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Há quanto tempo não escrevo...

Há quanto tempo não escrevo,

devaneios de paixão.

Será que o tempo me escapa

um tiquinho de desrazão?

Ou talvez o coração esteja assoberbado

com tamanha ebulição,

e não me deixa vencer

com a linguagem da razão...

Maria Dorinha,
07/10/2010.

domingo, 12 de setembro de 2010

A borboleta

A borboleta


Como borboleta
teceria em tua volta,
acariciar-te-ia sem pedir licença...
Sem justificar as minhas inconstâncias,
próprias de meu ser mulher,
gestadas em dias de dor e pranto...
Despiria das roupagens modeladas
e dançar-te-ia em vestes multicoloridas,
leves contornos em plumas,
perfeita harmonia...
Onde os deuses aplaudiriam
a doçura do toque
que invadiria a alma,
uma senda para o vazio,
mas plena...


Maria Dorinha
12/09/2010,
às 21h00minh.

domingo, 5 de setembro de 2010

O PRESENTE...

O presente...



A maravilha do presente

revela-me por espanto,

a sensação da magia

do deleite em teu corpo...

O presente camufla sutilmente

em minha’lma e perdura-se a fim;

me causa pasmo,

onde a vida é a pura visão espasmódica do ventre

que dança a mágica fissão...


Maria Dorinha,
05/09/2010

sábado, 4 de setembro de 2010

O céu e a terra brigam por uma mesma razão:
-Saciar-se de paixão.
Enquanto o céu diz que a alma abarrota de amor o seu coração, a terra diz que o seu corpo inflama de excitação...
Ambos, sedentos, perdem-se em palavras vazias,
envoltos de uma linguagem abestalhada.
Estão presos em seus instintos primários
onde se recria uma real tecedura corporal
sem sinônimos ou antônimos
sem substantivos ou subjetivos,
sem imanência ou transcendência,
unicamente são em verbos de ação...

Maria Dorinha,
04/09/2010. Às 1700h.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VIESTES...

VIESTES...
Maria Dorinha,
30/08/2010 às 01h00minh.



Viestes como anjo sem pedir licença,
com ar matinal,
que rejuvenesce a vida
e transborda de esperança
qualquer coração ausente...
Trouxestes a esperança em cores vivas,
feito cortina na varanda,
e docilmente desnuda um jardim de cravos,
dálias e tulipas...
Viestes como passo de criança, sem firmeza
trazendo maço de flores do campo,
cheiro de capim molhado...
Como um velho com um colo
que aconchega qualquer dor no peito.
- És um fogo que arde e esquenta
a lareira do frio d’alma ausente...
Viestes como pássaros cantantes
após chuva de verão
povoando o imenso silenciar do coração...
Trouxestes cantiga de ninar
e o ar da graça, que enche a sala em regozijo,
feito carnavais todos os dias,
sem malícia de se expor o amor...
Como festa de santo no interior,
que absorve toda a moçada,
com prendas e festins de cor...
Viestes como príncipe glorioso
que não cabe no peito, que de tamanha paixão
se arrebata feito mel
que escorre da colméia,
onde o beija-flor se perdeu...

domingo, 22 de agosto de 2010

Palavras...

Palavras...
Palavras tolas,
vãs palavras,
que se perdem ao esmo.
Palavras!... Palavras!
-Nosso amor é em ato,
onde se conjuga o verbo amar...

Maria Dorinha,
22/08/2010.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hã meu amor,
dizes com veemência que me conheces.
O que eu direi a mim mesma?
Conhecer-me amado
Não é decompor-me em palavras pétreas,
Em cujo firmamento é somente para a vossa garantia
de se alojar...
Meu amado, não se diz em palavras.
Sou um ato cuja flor desabrochou,
E palavras vã vocabulário
que de nada em mim se avolumou.
Sou o nada onde o nada de mim mesma
se alastrou...
Sou a aurora dispersa,
a potência latente
onde nada se causou...
Sou indescritível
como o próprio meu amor
que por ti lançou.
E em palavras não se diz
Pois é o mistério onde tudo se avolumou.
E o tudo não é nada,
comparado ao nada que a ti se conjugou...

Maria Dorinha
17/08/2010.
O teu olhar místico
doce ternura que encanta,
ensina-me o amor
palavra límpida
tece o presente
e ainda me faz crer,
que a vida é uma eterna magia,
de um sonho encantado
que vibra todo o meu ser...

Maria Dorinha,
17/08/2010
.



segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOLITÁRIO AMAR

SOLITÁRIO AMAR...
Maria Dorinha,
09/08/2010, às 01h00minh.



Existe uma potência no meu ser
que desterra um grande regozijo
que perdura neste rodopiar,
feito átomo instável,
de tanto te amar.
Rompeu-se o universo em chamas
e vingou-se em minha’lma.
Que planeta eu me perco com lisura
somente para não te encontrar.
Mas tua imagem caleidoscópica
penetra no meu ninar.
Estás em meus sonhos coloridos
os quais me pervertem por te amar.
Acordo e me perco em mim
numa eterna busca
de não me encontrar.
Finjo que nada sei
e não me pergunte:
-O porquê de viver em alto mar?
Lá de longe, vejo o farol
a única certeza que me guia
ao encontro do nada,
onde é lá que vou te achar.
Aprecio as nuvens que teço
o reverso de tua imagem,
pois já esqueci a tua verdadeira insígnia
de tanto comtemplar o mar.
Vejo os rochedos, pedras,
as ondas batem por lá.
Imagino os meus olhos
findos e tristes
enchem de lágrima
pela dureza de te amar.
Observo um barco longe ao léu,
talvez um marinheiro
para me salvar de este isolar.
Ou quem sabe seja uma miragem,
como tantas em que eu me perdi
para te encontrar.
Escuto os pássaros,
estou à me aportar?
Creio que acordei,
o imenso mar está em volta
e o pequeno barco derradeiramente

se perdeu em alto mar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Veja a minha outra face
Mulher que verte de desejo
E abarrota-me de amor
Não me veja com esses olhos medrosos
Seja meu amante,
Doce senhor...

Maria Dorinha,
01/08/2010

quinta-feira, 29 de julho de 2010

INCÓLUME AMOR...

INCÓLUME AMOR...
Maria Dorinha, 29/07/2010,
às 20h00minh.


Enfastiaste ou não conseguiste ouvir

o coração que solve a musculatura lânguida

de tanto reverenciar- te o amor. -Perdoai-me por te amar...

Quantos versos em dez mil palavras tocarão a tua alma?

Quantas verdades, que as desbotaram em um tempo pálido.

Por simbiose tingiu os poros da cor da tua própria pele.

Coisa preciosa esqueceu-se que te furtaram-se a jóia?

-Tempo implacável, toma-te a porção mulher!

Roupas se despem e se reviram,

se descobrem e se mostram de alma em gozo.

Quantos híbridos sentimentos suportarão esse vazio incólume.

-Enquanto tudo é medido, somado, passa-te a se subtrair...

Quantas vertentes de água, banha e recria uma imagem plácida de rainha,

que te solve e te queima o único lençol de seda.

Quanta espera do mensageiro,

cuja tranca lacrou a última mensagem

que clama pelo teu amor...

domingo, 25 de julho de 2010

Há todos os sentimentos

no amor de ti amar.

Nobreza, paixão

vigor, pureza,

clareza, sedução.

Amor imensidão.

Amor... Simplesmente...

Em uma única maneira de te amar.

Maria Dorinha,
25/07/2010.

domingo, 18 de julho de 2010

O FRIO

O FRIO

Maria Dorinha
17/07/2010.

O frio penetra nos ossos,

rasga a carne,

esfria o sangue,

e congela o coração.

Talvez não seja tão pétreo.

Abraça-se, assustadamente,

aquele que duvida de tudo:

da alma, do sonho e da vida.

Só ainda não dúvida do calor
que se funde no agora...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DESPEDIDAS

DESPEDIDAS
Maria Dorinha,
05/07/2010, às 06:00h.






O sol mal se põe no horizonte e olho as coisas em volta




como se fossem fantasmas no presente;




alguns com singularidade fingem continuar matéria




e fixam-se em um poema mal interpretado




num tempo que se vagou o amor.




-Sensação de cansaço me abate...




Reviro o baú empoeirado:




- quantas quinquilharias que enfeitaram os carnavais!




E olho a foto desfigurada, talvez seja o foco ou




o próprio coração a desfigurou...




Um canário canta com suavidade em minha janela




e me viro e vejo pelo meu avesso num grande espelho:




-Imagens tão íntimas, tão cúmplices...




Daqui a pouco chegam às estrelas




onde habita a melancolia...




Nada mais me pertence,




todas as coisas são gratuitas, pueris




que se transformam em uma certa magia,




feito fogos de artifício,




que reluzem no ano que se acabou...




-Começo a desprender de mim mesma




onde nada sobrou...

domingo, 4 de julho de 2010

O QUE REVELA O FUTURO?

O que revela o futuro?
Maria Dorinha,
04/07/2010, às 12h00minh.



O que revela o futuro?


Um príncipe, um filósofo,

um médico de corpo

ou um poeta de alma.

O que revela o errante?

O amor pungente,

de tamanha fartura,

enfastiou em miséria.

O que revela o amor destronado?

de tamanha aridez,

perdeu e me fez livre.

O que revela a mente em silêncio?

Uma realidade sutil,

verdadeira e etérea,

como tudo que se solta e voa.

O que revela o coração?

intranquilo e afável,

criança sorridente

que brinca com o tempo,

feito bolha de sabão,

assopra, arrebenta

num mundo colorido

e transparente de emoção.

O que revela minha’lma?

Plácida e pura

com os seus solstícios imponentes,

beleza de relicário.

O que revela a natureza em casulo?

A borboleta que se desabrocha,

bela como as fadas,

que brilham nos sonhos encantados

da eterna magia dos enamorados...

SENTIMENTO

SENTIMENTO

Há um sentimento que paira no ar,
e não me deixa respirar.
Há um sentimento
que está congelado,
sem oxigênio, sem ventilação
por uma incompreensão.
Há um sentimento incólume,
que ficará suspenso,
sem cor, sem vibração...

Maria Dorinha,
04/07/2010,
às 11h00minh.

sábado, 26 de junho de 2010

ROTINA...

ROTINA ...
Maria Dorinha,
26/06/2010.


Compra flores

renova a vida

que não se tem na mídia.

Não ensaia em peça,

nem foge pela aresta.

Com passos leves

vive e admira o sol poente

e se descobre,

doce selvagem

pequena mulher...

Enfeita-se em aromas

e desfila o amor

nos braços do Orfeu,

que canta em lira
e poetiza o seu semblante

ardente ou plácido.

Devolve-lhe a vida

mas, por descuido, lhe mata...



sexta-feira, 25 de junho de 2010

FRASE

...Um dia eu me invento e vôo como borboleta, sigo como o rio e viajo na poeira cósmica. Um dia não mais serei, mas sou...
Maria Dorinha

domingo, 20 de junho de 2010

As pessoas falam de amor,
mas são raras que estão prontas para amar...
Amar é uma mastria de como orquestar
a sinfonia da natureza,
onde a música é o mais belo soneto
composta no silêncio da alma...
Maria Dorinha,
20/06/2010,às 10:00h.

sábado, 12 de junho de 2010

Existem momentos que congelam no tempo,
Configurando-se o ausente.
São momentos eternos,
tecidos por anjos
que se transmutam em gente.

Maria Dorinha,
12/06/2010

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Verte-me de amor,
Sacode e me transmuta
a doce maneira de te amar.
Inverte-me os sentidos,
que te concedo prazeres
e te dispo com palavras que,
de tanto pudor outrora,
confundirás os teus sentidos.
Que importa?
-Sou passageira neste mundo sensível.


Maria Dorinha,
11/06/2010, às 22h
.
Hoje peço o amor.

Infinitas horas.

Sou fluxo,

influxo descontínuo.

Hã meu bem de aurora.

Hoje peço guarita,

meu coração tem sono,

o meu corpo desfalece

e és tu que o revigora.

Hoje é o amanhã que não veio,

o ontem que passou.

-Hoje, é contigo que o destino me selou.

Maria Dorinha
11/06/2010Cor do texto


segunda-feira, 31 de maio de 2010

FRASE

" A vida segue-se em curso como o rio que busca o mar..."

Maria Dorinha/31/05/2010

OUTRORA

OUTRORA
Maria Dorinha,
31/05/2010
Itálico



Outrora enfastiava de sonhos e fantasias,
tecia-me em ouro,
contava as estrelas
e cumprimentava, com festividade eloquente, a cada manhã.
Banhava em cachoeiras e apaziguava a alma.
Caminhava descalça ao som das folhagens de outono
e borbulhava ao sabor dos ventos.
E, hoje?
Sinto como um solista que musicaliza ao céu
Como poeta errante que rompe o coração e
em trocadilhos rememora o outrora...

domingo, 2 de maio de 2010

Estatuto da efemeridade
Maria Dorinha,
02/05/2010.




Talvez o meu amor seja efémero,


tal como no estatuto que o atribuíste.


Talvez, efémero como os elementos da natureza:


o fogo, a água, o ar e a terra.


Tão efémero que queima, afoga, sufoca e soterra.


-Hã, a eterna controvérsia do que é perenidade...

domingo, 25 de abril de 2010

PROVA O MEU AMOR

PROVA O MEU AMOR

Maria Dorinha,
25/04/2010, às 08h30min.


Prova o meu amor,


e me degusta suavemente


para não enfastiar-te com o aroma exótico


que exala de minha pele veludínea.


Pois o meu lábio pronuncia - é a ti que busco-


Por que estas em meu lençol de seda,


onde os querubins com suas harpas me rendem


com a música nupcial do amor.


Prova-me e silencia a tua alma!


Ouve as batidas do meu coração,


como canto do além que extasia o teu corpo .


Ouça meu clamor ao chamar-te pelo nome!


Na minha vida monótona, tu és o personagem de Shakespeare,


o incógnito do teatro da minha existência,


que me provoca a ruminação,


a catarse intensa: - e lembro que sou mulher!...


O QUE ME DIRIAM OS LOUCOS?

O QUE ME DIRIAM OS LOUCOS?

Maria Dorinha,
25/04/2010, às 08h00minh


O que me diriam os loucos
se eu explicasse a minha paixão?
Quanto espanto em condensar o meu amor em palavras vazias,
as quais não refletiriam
um sentimento inexplicável de tamanha rendição.

Talvez os desvairados não me dessem condolência,
mas explicitaria a condescendência
pelo meu exaurir em chama,
cujo amor, em aço se funde
e crava-se feito lança em meu peito
onde milimetricamente,
o deus eros acertou...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

“Às vezes um parágrafo pequeno, quase invisível, do livro da
vida assume proporção de tamanha grandiosidade, inimaginável
em ralação ao todo do exemplar existencial.”

Maria Dorinha
19/04/2010

sexta-feira, 2 de abril de 2010

AFECTAR
Maria Dorinha,
02/04/2010
às 600h.


AFECTO-ME
SEM OS OLHOS,
OUVIDO.
AFECTO-ME
COM A ALMA
QUE VÊ,
ESCUTA
E DIZ CALADA
NO VAZIO...

segunda-feira, 1 de março de 2010

HÁ EM MIM TODAS AS VIDAS...

HÁ EM MIM TODAS AS VIDAS...
Maria Dorinha,
01/03/2010.







Há em mim todas as vidas que pulsam

Rítmicas e arrítmicas

Frias e quentes

Divididas e inteiras

Dormem e têm pesadelo

Acordam e sonham

Pensam e sentem

E que são várias e unas...



São vidas que se explodem

Gritam e se calam

Riem e choram

Recordam e esquecem

Cantam e emudecem

Nadam na profundeza

E afogam na margem dos seres...



Há em mim vidas

Que brincam como criança

E adoecem como velha.

Fortes e frágeis

Que se afirmam e se negam

Suicidam-se e revivem

Morrem e renascem...


Há em mim infinitas vidas

Loucas e não insanas

Que deliram e padecem

Machucam e perdoam

Que têm coragem e são covardes

Enfrentam e afugentam

Têm vontade, mas não têm força

E amam...


domingo, 28 de fevereiro de 2010

A NATUREZA HUMANA

A NATUREZA HUMANA

Maria Dorinha,
28/02/2010, às 12h00min.




Como é engraçada a natureza humana.


Fria, como espada na alma.

Não se faz diferença verter em sangue

como verter em água.

Tudo é naturalmente não natural...

Engraçada a frágil natureza humana.

Animalesca, um tanto abestalhada!

Perde-se quando se chega,

e não se encontra quando se busca...

Sofre de vazio,

e quando preenche,

ela encharca e afoga.

Tudo é tão signatário!

Hã, uma eterna solitária de si mesma...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Novelo de lã,


sem término para desfiar.


Puxa o início e não terá fim...


O fio do labirinto do Minotauro.


Mostra a saída,


desfia e enrola...


Sou o fio de lã


que ora tece o agasalho


ora aquieta em um canto escuro.


Explodo tal como a ilha de Cretas.


Incendeio e em brasa lhe queimo,


em fumaça lhe sufoco,


na mais desfeita e perfeita perdição...



Maria Dorinha,
24/02/2010 às 05h00minh.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

VENDO SAUDADE

VENDO SAUDADE

Maria Dorinha,
21/02/2010,
às 11h00minh

Vendo saudade

E de brinde vai uma pitada

De uma oração para

Desatar nó

E abrir caminho.

É uma saudade infinita

De fazer inveja a qualquer deportado político.

Está embrulhada em papel de seda,

Multicolorido de emoção,

Com laço de fita vermelha para

Proteger do mau olhado.

Só tem um defeito

De não proliferar,

A evasão foi tamanha,

Que está por derramar.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

TRISTEZA

Tristeza

Maria Dorinha,
16/02/10,
às 13h00minh.


Quando a tristeza chega,

sinto-me esvaecida.

Um bem perdido.

O todo incomoda

O som geme

A palavra se cala

E até o respirar agride

e o nada consola.

O dia escurece

os pássaros se agitam

os jardins secam.

Talvez, o sono transmuta

e o pensar é simples quimera...


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PARTINDO...

PARTINDO...

Maria Dorinha,
03/02/10, às 21h00minh
.




I


A alma caminha pelos bosques de eucaliptos,

atravessa entre os jardins de jasmins e os pomares de maças.

Está partindo.

Fica! Caso tu tens vontade...

A alma corre,

mas o corpo é lento, quase morre...

Conheceste ao toque do orbe

e ao hino da harpa celeste

e saciaste do amor.

Fica!...

Os olhos tristes, por que diriges a luz e a chama do céu?

Sente o aroma das maças,

do perfume que exala do teu corpo!

Não és betume,

És fogo que dá liga ao metal...

Óleo límpido que ungiste o amor.

Fica!

Não vai embora...



II



Sofreste com a secura da paixão

e agora que provaste o doce sabor do mel

fica!

Não vai embora...

Sofreste em excesso carregando as dores,

os trapos e a fome.

Agora que degustaste o amor

e o saber divino foi-te revelado

Fica!

Não vai embora...

O porquê tu andas abatida, choras?

Mas, caso tu desejas partir,


nenhum vento te impedirás de ir ao encontro do vazio.

Mas fica!

Talvez, tu morrerás...

Crava-se sob ti mesma!

Lava as mãos e o rosto no rio límpido,

e retorna para aprisioná-la em teu coração...

Escuta a flauta! Tudo é imaginário.


O lamento do som sobrevive à dor do passado.

A música é o bálsamo para a tua alma.

Canta ao sabor do vinho

e embriaga tua alma.

Fica!

Não vai embora...



III



Por que se deténs em circulo?

O amor está à cima dos anjos.

Não te prendas ao buraco que cavaste

para enterrar o teu corpo.

Já estiveste nesse lugar

onde Deus nunca esteve.

Por que a glória do amor não é encurvar.

Retorna-te, estas à cima da esfera celeste.

A voz do amor te chama,

é mais suave que os cânticos dos anjos.

A pura substância.

Suba, pois a sorte não te faltará

e a caravana do amor não há dualidade,

é o caminhar em busca da ascensão.

Volta ao teu coração.

E cerzirás os teus pedaços...

Fica!

Não vai embora...

sábado, 30 de janeiro de 2010

Na profundeza do teu ser
e entre mim, amamos...




Amo no silêncio,
secretamente,

no interstício entre a alma e o coração.




No labirinto, na profundeza de um abismo,
entre a sombra e as luzes.



Amo com a simplicidade de um tecido branco
de algodão artesanal.




Amo como a terra que doa o húmus fértil,
sentindo-te como o roçar da brisa que ressoa às folhagem
e os pelos do meu ser...




Amo sem saber o porquê do amor,
sem a soberba em sentir.




Mas, na inteireza do meu ser simplesmente amo...

Maria Dorinha,

30/01/10, às 11:00h.




quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Há em mim uma rosa;

Uma flor;

Uma dor.

Há em mim você

Que em mim ficou...

Há em mim uma saudade;

Uma alma calada,

Do tamanho vazio

Que você em mim causou...


Maria Dorinha,
27/01/10, às 17h30min.

domingo, 3 de janeiro de 2010

TEU TEMPO?...

TEU TEMPO?...

Maria Dorinha, 01/01/2010,
às 18h00minh.



Quem inventou a roda da vida através de um tempo?

Tempo de uma folhinha amarelada com marcas de uma saudade.

Tempo do relógio cujos ponteiros enferrujaram de tamanha curiosidade por saber:- o quê vem após o teu tempo?

Tempo do cronômetro.
Onde se tem apenas um centésimo de segundo para se pensar no amor, sem teres tempo para vivê-lo, senti-lo, amá-lo.

Porque o teu tempo escreve a mesmice do sentido do amar.

O teu tempo é feito para elaborar o amor ou não amor numa concretude cotidiana, como uma lista de compras de supermercado; dentro do orçamento mensal apertado ou mesmo da falta de um trocado...

Tempo de um calendário maldito que acusa o término de mais um ano e abre brecha para renovação da programação da tua vida, tal como programa de televisão.

Pois o que te sobras é uma representação da conveniência, da falsa modéstia por teres o amor tudo ordenado, disciplinado feito clichê de um roteiro de telenovelas.

Tempo novo ou novo tempo?

Tanto faz para quem vive acuado, preso num tempo enclausurado de um quarto onde se permite sentir o amor apenas pela fresta da janela empoeirada, pela ausência de limpeza da’alma.

Hã, tempo vindouro.

Vindouro do quê? Para que? Para quem?

Se a tua vida é toda mesquinha diante de certeza derradeira dada por outrem.

Teu tempo?...

Que de tanto tempo esquecestes como é o verdadeiro amor.

Que de tamanha frieza da alma não vistes o sonho que não acalentastes.

Que de tanto riso falso não permitistes viver o amor.

Que de tanta fartura não vistes a falta de um verdadeiro amor.

Que de tamanha frieza não percebestes a frágil morte do amor.

Teu tempo?

Fazes tudo como é de práxis,
como robô ou marionete de um circo de horror.

Hã, teu tempo!...

-Um dia quem sabe, tu pedirás perdão ao tempo pelo tempo que nada fizestes em cujo nada unicamente a ti causastes...