segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOLITÁRIO AMAR

SOLITÁRIO AMAR...
Maria Dorinha,
09/08/2010, às 01h00minh.



Existe uma potência no meu ser
que desterra um grande regozijo
que perdura neste rodopiar,
feito átomo instável,
de tanto te amar.
Rompeu-se o universo em chamas
e vingou-se em minha’lma.
Que planeta eu me perco com lisura
somente para não te encontrar.
Mas tua imagem caleidoscópica
penetra no meu ninar.
Estás em meus sonhos coloridos
os quais me pervertem por te amar.
Acordo e me perco em mim
numa eterna busca
de não me encontrar.
Finjo que nada sei
e não me pergunte:
-O porquê de viver em alto mar?
Lá de longe, vejo o farol
a única certeza que me guia
ao encontro do nada,
onde é lá que vou te achar.
Aprecio as nuvens que teço
o reverso de tua imagem,
pois já esqueci a tua verdadeira insígnia
de tanto comtemplar o mar.
Vejo os rochedos, pedras,
as ondas batem por lá.
Imagino os meus olhos
findos e tristes
enchem de lágrima
pela dureza de te amar.
Observo um barco longe ao léu,
talvez um marinheiro
para me salvar de este isolar.
Ou quem sabe seja uma miragem,
como tantas em que eu me perdi
para te encontrar.
Escuto os pássaros,
estou à me aportar?
Creio que acordei,
o imenso mar está em volta
e o pequeno barco derradeiramente

se perdeu em alto mar...