quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Pergunto-me dos medos, anseios, do que é o amor e o amar. Engraçado e enfadonho pensar no amar, se o próprio amor circula o si, feito êxtase provocado por ingredientes mágicos, que te retiram a consciência do tempo e do espaço.

Embriago em mim mesma na descoberta do si. Do si diminuto de perplexidade diante de uma saudade. Tonteio ao saber que o medo do amar já é o próprio amor. Quanta divagação entre o real e o fictício.

Em círculo penetro em meu pensamento feito ciranda de roda de criança, faminta percebo o vil do si que me protejo. Hã, inútil saga de viver só.

Ostento caricaturas mil em tempos de miragens, em tempos de idolatria de um passado fugaz que se foi feito oferenda aos Orixás no mar.

Quanto descaso pela sensação que me destrona feito um tirano que expulsa o rei do seu frenesi,enclausurado em castelo dourado.

Penso num amor distante, que penetrou no meu ser. A distância protege da ânsia do querer, pois é uma forte rédea para domar o medo de me perder.

Ainda assim, construo o si: Com asas, com pele, com cores, com bocas, com amor e com frenesi...

Esse si sem espelho de si, talvez seja uma caricatura do si que está longe de mim, do possível sentir.

Maria Dorinha

Saudade de um tempo futuro
de um passado presente
Saudade de mim em ti
Saudade esquecida partida
saudade,quiça, verdade.
Maria Dorinha
08/09/2011.