domingo, 4 de novembro de 2012

Atemporal...






Existe situação que perdura não por falta de

tentativa de esvaziamento, talvez por ser tão
 forte que ultrapassa o tempo cósmico...

Tempo, tempo divino ou tempo insano, tempo do tempo que se vai e vem e abarca o próprio sentido de eternidade...e me forja feito lâmina de aço, me dobra os joelhos, me arranca todas as máscaras...

Só peço que esse tempo me trague na mais violenta ação e me dissolva e me perca em outra dimensão... 

Maria Dorinha 05/11/2012 às 00:00 min.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O Amor é a Morte


O AMOR É A MORTE

O amor é a morte,
morte da entrega, da sedução, do erotismo
que nos faz diferente do animal...
O amor e a morte, desconhecidos,
ambos temidos...
O amor e a morte, metafísicos,
ambos fugidios...
No amor se desaparece o eu, assim como na morte...
No amor se busca a completude, mesmo na ausência do outro, perda imaterial...
Na morte do amor há a agonia , o vazio, perda material da substância corpo...O que faz buscar a perpetuação de si através de corpos animados pelo sexo...
No amor e na morte há o encontro e o desencontro de si.
No amor e na morte há o êxtase...Sopro final...
No amor se perdura a vida,
na ausência do amor se perdura a agonia de morrer...
Não a morte do corpo em si, mas a morte de uma identidade patética
que busca no outro o espelho de si mesmo...
Agonia!... O drama dos corpos havidos pela vida, sem saber que o amor é a morte final...
Na morte se afirma a vida, compleição dos corpos, uma conjugação da intimidade...
Amar é morrer!...

24/10/2012. Às 10h00min.

domingo, 13 de maio de 2012



Dê-me um sentido
Somente um quarto do todo
que faça acreditar que existe o amar...
Entre ruas, plumas e desertos, podes falar quaisquer coisas
Mas não o sentido poético de me desejar...
O tempo maltrata a alma,
Paixão de carne e corpo se afoga
E sobra o que se consegue enganar...
Dorinha


...Quereria que a chuva levasse um pouco de mim...
Talvez eu mesma, o todo, sem sobras e nem beiras...
Levou, lavou, limpou, brilhou, descobriu...
Sentiu, amou e não deixou vestígio de tão transparente que se tornou...
Cai a água e me leva sem volta, sem condicionalidade...
Flui...e a vida (re) coloriu, aquilo que se desbotou...


Dorinha

sábado, 17 de março de 2012


Se alguém perguntar por mim,
Fui por aí: dançando, rindo e tocando bandolim...
Se voltarei? – Não sei!
Talvez, em outras estradas que não caminhei...
Será como poesia de noite ou de dia,
Uma rosa, um perfume, um orvalho
Onde o tempo morde e espalha
No espaço da penumbra que desnuda.
E no ventre um espasmo
E na boca um ardume...

Maria Dorinha,
17/03/2012

quarta-feira, 14 de março de 2012


Podes segurar firme a minha mão?
Necessito de tua energia, o túnel é muito escuro e frio.
Além disso, há deveras abandonei a armadura na porta de entrada;
ela é muito pesada e percebi que nunca houve nenhum brilho
que fizesse jus a esse adorno
 cuja vestimenta é tecida em serie...
E o meu corpo frágil não suporta o peso
daquilo que nunca fez parte de mim mesma...

Maria Dorinha,
14/03/2012.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quando a alma padece



QUANDO A ALMA PADECE

Quando a alma padece
O corpo adoece
Sangra, pena e estremece...
Existir em dor anunciada,
Proclamada em sintoma que carece...
Quando a alma entristece
O corpo perece...

Maria Dorinha,
28/02/2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sejamos amantes

Sejamos amantes

puros ou impuros,
sedentos ou mornos
mas, sejamos amantes
de sal e açúcar
de mel e fel
de paixão e obrigação
mas, sejamos amantes
de dia e noite
de vazio e cheio
de encher e tirar
de mexer e parar
de gemer e ceder
mas, sejamos amantes
de amor e amor
de qualquer jeito
de efeito...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

AMAR


Amar...

É preciso um tempo
Para realizar a catarse do amar,
Ruminar, sentir, mimar.
Imaginar...
Quanto tempo se leva para auto gerir
a tatuagem do amar, que marca o corpo
feito renda em arco- iris, golfada de ares
e adocicados pomares?
-Uma eternidade aos de relógio em pulso
E de ação milimetricamente
anunciada pelo cromos,
que se afasta de si a impregnação
do sonhar...
Tempo que parece sem tempo
Para se embriagar a alma de bem querer
e acalentar: -Sensações vertiginosas!
Arte de inspiração dionisíaca
Dança até os olhos brilharem
Numa concupiscência por consentir, primeiramente,
o sentido para amar...
Mas o tempo urge,
quer mastigar e dissolver
qualquer som do silêncio na existência
e tudo quantificar...

Maria Dorinha,
21/02/2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Frase

"Ao escolher qualquer ação, por insignificante que ela seja, já está implícito a renúncia de algo. O valor disso será o seu efeito, que somente será experimentado com o passar do tempo..." ( Maria Dorinha).

Só acredito na grande vontade
 que move os corpos celestes
com energia do amor...
Que gira a existência neste mundo
de fraca coragem
onde o tempo vomita
num escandaloso desamor...

Maria Dorinha,
22/01/2012



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Tem momentos que me fecho em letras, transmuto, transito, transformo, 'transtudo' em poemas. E as letras são o ar, a comida, a bebida, a explosão do meu ser...É como que as letras tirassem e me doassem a mim mesma, o translúcido, o obscuro, o frágil e o impermanente que me sufoca, me maltrata por não saber decifrar os refrões, as rimas e as cismas do meu próprio existir. E prefiro grafa-las em versos poéticos ( às vezes patéticos ) da não poesia da existência nua que me atropela, me molda, me afeta, me tira, me desnuda até o momento de eu própria renascer..."
(Dorinha)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012


Tanto medo
Tranca a vida
Expulsa o sentir...
Quando desnuda
Há portas a ferir
Aportar quem sabe
Num barco sem fim...

Maria Dorinha,
03/01/2012.