segunda-feira, 5 de julho de 2010

DESPEDIDAS

DESPEDIDAS
Maria Dorinha,
05/07/2010, às 06:00h.






O sol mal se põe no horizonte e olho as coisas em volta




como se fossem fantasmas no presente;




alguns com singularidade fingem continuar matéria




e fixam-se em um poema mal interpretado




num tempo que se vagou o amor.




-Sensação de cansaço me abate...




Reviro o baú empoeirado:




- quantas quinquilharias que enfeitaram os carnavais!




E olho a foto desfigurada, talvez seja o foco ou




o próprio coração a desfigurou...




Um canário canta com suavidade em minha janela




e me viro e vejo pelo meu avesso num grande espelho:




-Imagens tão íntimas, tão cúmplices...




Daqui a pouco chegam às estrelas




onde habita a melancolia...




Nada mais me pertence,




todas as coisas são gratuitas, pueris




que se transformam em uma certa magia,




feito fogos de artifício,




que reluzem no ano que se acabou...




-Começo a desprender de mim mesma




onde nada sobrou...