segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VIESTES...

VIESTES...
Maria Dorinha,
30/08/2010 às 01h00minh.



Viestes como anjo sem pedir licença,
com ar matinal,
que rejuvenesce a vida
e transborda de esperança
qualquer coração ausente...
Trouxestes a esperança em cores vivas,
feito cortina na varanda,
e docilmente desnuda um jardim de cravos,
dálias e tulipas...
Viestes como passo de criança, sem firmeza
trazendo maço de flores do campo,
cheiro de capim molhado...
Como um velho com um colo
que aconchega qualquer dor no peito.
- És um fogo que arde e esquenta
a lareira do frio d’alma ausente...
Viestes como pássaros cantantes
após chuva de verão
povoando o imenso silenciar do coração...
Trouxestes cantiga de ninar
e o ar da graça, que enche a sala em regozijo,
feito carnavais todos os dias,
sem malícia de se expor o amor...
Como festa de santo no interior,
que absorve toda a moçada,
com prendas e festins de cor...
Viestes como príncipe glorioso
que não cabe no peito, que de tamanha paixão
se arrebata feito mel
que escorre da colméia,
onde o beija-flor se perdeu...

domingo, 22 de agosto de 2010

Palavras...

Palavras...
Palavras tolas,
vãs palavras,
que se perdem ao esmo.
Palavras!... Palavras!
-Nosso amor é em ato,
onde se conjuga o verbo amar...

Maria Dorinha,
22/08/2010.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hã meu amor,
dizes com veemência que me conheces.
O que eu direi a mim mesma?
Conhecer-me amado
Não é decompor-me em palavras pétreas,
Em cujo firmamento é somente para a vossa garantia
de se alojar...
Meu amado, não se diz em palavras.
Sou um ato cuja flor desabrochou,
E palavras vã vocabulário
que de nada em mim se avolumou.
Sou o nada onde o nada de mim mesma
se alastrou...
Sou a aurora dispersa,
a potência latente
onde nada se causou...
Sou indescritível
como o próprio meu amor
que por ti lançou.
E em palavras não se diz
Pois é o mistério onde tudo se avolumou.
E o tudo não é nada,
comparado ao nada que a ti se conjugou...

Maria Dorinha
17/08/2010.
O teu olhar místico
doce ternura que encanta,
ensina-me o amor
palavra límpida
tece o presente
e ainda me faz crer,
que a vida é uma eterna magia,
de um sonho encantado
que vibra todo o meu ser...

Maria Dorinha,
17/08/2010
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SOLITÁRIO AMAR

SOLITÁRIO AMAR...
Maria Dorinha,
09/08/2010, às 01h00minh.



Existe uma potência no meu ser
que desterra um grande regozijo
que perdura neste rodopiar,
feito átomo instável,
de tanto te amar.
Rompeu-se o universo em chamas
e vingou-se em minha’lma.
Que planeta eu me perco com lisura
somente para não te encontrar.
Mas tua imagem caleidoscópica
penetra no meu ninar.
Estás em meus sonhos coloridos
os quais me pervertem por te amar.
Acordo e me perco em mim
numa eterna busca
de não me encontrar.
Finjo que nada sei
e não me pergunte:
-O porquê de viver em alto mar?
Lá de longe, vejo o farol
a única certeza que me guia
ao encontro do nada,
onde é lá que vou te achar.
Aprecio as nuvens que teço
o reverso de tua imagem,
pois já esqueci a tua verdadeira insígnia
de tanto comtemplar o mar.
Vejo os rochedos, pedras,
as ondas batem por lá.
Imagino os meus olhos
findos e tristes
enchem de lágrima
pela dureza de te amar.
Observo um barco longe ao léu,
talvez um marinheiro
para me salvar de este isolar.
Ou quem sabe seja uma miragem,
como tantas em que eu me perdi
para te encontrar.
Escuto os pássaros,
estou à me aportar?
Creio que acordei,
o imenso mar está em volta
e o pequeno barco derradeiramente

se perdeu em alto mar...

domingo, 1 de agosto de 2010

Veja a minha outra face
Mulher que verte de desejo
E abarrota-me de amor
Não me veja com esses olhos medrosos
Seja meu amante,
Doce senhor...

Maria Dorinha,
01/08/2010