segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VIESTES...

VIESTES...
Maria Dorinha,
30/08/2010 às 01h00minh.



Viestes como anjo sem pedir licença,
com ar matinal,
que rejuvenesce a vida
e transborda de esperança
qualquer coração ausente...
Trouxestes a esperança em cores vivas,
feito cortina na varanda,
e docilmente desnuda um jardim de cravos,
dálias e tulipas...
Viestes como passo de criança, sem firmeza
trazendo maço de flores do campo,
cheiro de capim molhado...
Como um velho com um colo
que aconchega qualquer dor no peito.
- És um fogo que arde e esquenta
a lareira do frio d’alma ausente...
Viestes como pássaros cantantes
após chuva de verão
povoando o imenso silenciar do coração...
Trouxestes cantiga de ninar
e o ar da graça, que enche a sala em regozijo,
feito carnavais todos os dias,
sem malícia de se expor o amor...
Como festa de santo no interior,
que absorve toda a moçada,
com prendas e festins de cor...
Viestes como príncipe glorioso
que não cabe no peito, que de tamanha paixão
se arrebata feito mel
que escorre da colméia,
onde o beija-flor se perdeu...

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